8.3.07

Gilda, um clássico

Assistindo ao filme Gilda, não pude deixar de me encantar.
Rita Hayworth cantando, de maneira fascinante, a canção "Put the blame on Mame" ao tirar suas luvas num quase "strip tease".
Esta é uma das cenas mais memoráveis da história do cinema e grande momento do filme, no qual a atriz brilha com magnetismo e sensualidade.
O figurino de Gilda também é um caso a parte. Impossível não se apaixonar com seus vestidos: longos e sensuais , fazem deste filme um capítulo no mundo da moda.



Sinopse

Na história, Johnny Farrell (Glenn Ford) vai trabalhar para Ballin Mundson (George MacReady), o proprietário de um cassino ilegal na Argentina e, rapidamente, desponta como seu braço direito. Tudo vai bem até que Munson retorna de uma viagem com sua nova esposa, Gilda (Rita Hayworth) - uma mulher do passado de Johnny. Mundson, sem saber de seu antigo caso, designa a Farrell o trabalho de manter Gilda uma esposa fiel. Cheia de ódio, Gilda faz de tudo para antagonizar, intimidar e injetar ciúmes em Farrell - até que as circunstâncias permitam que ele se vingue. A direção é do húngaro Charles Vidor (1900-1959) e o filme foi produto da safra de grandes filmes "noir" da década de quarenta.






A Atriz

Rita Hayworth, sempre será lembrada por este papel, que simbolizou nos anos de pós guerra o prazer com o qual os homens tinham sonhado durante os anos de privação.
Seu figurino esbanjava luxo e sensualidade, tornando-se referência para as mulheres também e permanecendo até hoje nos nossos imaginários.






Anos 40

Apesar de não ser o foco do filme, a década em que ele se passa é uma época de guerra, mas de muitos esforços e criatividade para escapar da penúria causada pelos anos de luta.
A moda francesa tornou-se uma forma de resistência à guerra: mesmo com falta de materiais, as mulheres desenvolveram um estilo extravagante, com turbantes,chapéus e saltos plataforma.
Já outros países, como a Alemanha, esperavam que as mulheres se vestissem de forma limpa, discreta, elegante e virtuosa.
Na Inglaterra houve racionamento de tecido e normas para confecção de roupas e acessórios.
Nos EUA também houve racionamento de tecidos e e os vestidos eram sóbrios e de cores neutras.
Após a guerra, gradativamente foram renascendo as indústrias de roupas e a procura pela elegância. Verifica-se, então uma explosão cultural, apesar do divertimento por si só ainda ser embaraçoso.
Havia o impulso de satisfazer todos os desejos e vontades reprimidos durante os anos de penúria. No campo da moda esta vontade se materializa através do New Look, de Chistian Dior (1947).
Aparência
Devido as dificuldades e escassez de uma época de guerra, onde poderia parecer uma futilidade a preocupação com cosméticos, a aparência das mulheres era adulta e sensual. Unindo a seriedade que a época pedia a uma vaidade que fortalecia as mulheres e era agradável aos homens. “ Hoje a beleza deve aquecer o coração e não quebrá-lo” Era como se pronunciava a revista inglesa Vogue.
As sobrancelhas eram curvas e levemente retocadas, a boca era completamente pintada, com sua curvatura superior, “arco do amor”, bem acentudo.
Apesar da falta de qualidade dos produtos, devido a falta de matéria prima, era de bom tom possuir produtos de beleza, para que quando os maridos retornassem, suas mulheres estivessem bem cuidadas.
Quanto aos cabelos, poucas mulheres podiam se dar o luxo de ir ao cabeleireiro, usando muitas vezes turbantes. Nos filmes, usava-se cabelos longos, com as raízes lisas e ondulações nas pontas, conferindo glamour à aparência feminina.

Curiosidade:
Este tipo de cabelo que foi introduzido por Verônica Lake, passou a ser imatado pelas mulheres, com resultados não muito felizes: muitos acidentes em fábricas pois os cabelos ficavam presos às máquinas. Estes acontecimentos foram tantos que o Ministério de Guerra dos Estados Unidos convocou Veronika Lake a cortar seus longos fios, assunto de interesse da pátria.

Independente de suas preferências, Gilda é um filme muito interessante e vale a pena assistí-lo. Para quem gosta de moda e/ou cinema, então, é obrigatório.

3 comentários:

Carolina Wudich disse...

muito obrigada mari!!
e feliz dia da mulher!

beijão blogfriend!
carol wudich.

Anônimo disse...

adoro esse filme e a rita!!!! =p

Anônimo disse...

Assisti a esse filme em meados da década de 60, quando vigorava uma lei que permitia que obras cinematográficas habitassem a telinha somente decorridos 10 anos da sua exibição nas salas de cinema. Causou um impácto bastante grande na criança de nove ou dez anos. Impacto esse que foi ainda maior quando, dez anos depois, tornei a assistí-lo. O jovem adulto, então, pode perceber, de forma mais nítida, a razão do encantamento e, contrariando a regra de que a revisitação tende a enfraquecer, desvanecer, desmistificar o objeto, o prazer com que me deixei inebriar por ele foi tão grande que ouso colocá-lo entre os dez filmes da minha vida. Claro que, para mim, Rita será, para sempre, o símbolo da mulher fatal, sensual, ardilosa, insinuante, intrigante e misteriosa, que leva o homem à quase loucura, ao cometimento de atos tresloucados. Glenn Ford prestou-se bem a representar o papel da vítima indefesa, papel este que, faltalmente, a grande maioria dos homens, por mais que tentassem, não conseguiriam deixar de desempenhar nas circusntâncias retratadas no roteiro. Adorei a sua resenha do filme, dos seus comentários sobre o "Wardrobe" do mesmo e como este simboliza a moda que, então, começa a se impor após os anos de guerra.
Ricardo Pereira Lima Haddad
bigdickdoing@bol.com.br